Texto: Bárbara Kantowicz
Fotos: Acervo pessoal
A nova geração do surfe feminino chama a atenção. São meninas que iniciam no esporte muito cedo e atingem de forma rápida um alto nível de surf. Em Itajaí, surge um novo talento, Kauanny de Souza, a Kakau, de10 anos. Kakau que surfa há um ano e dois meses já chama a atenção dos surfistas mais velhos quando pega onda no Molhe da Atalaia, em Itajaí.
Kakau vai disputar o Rip Curl Grom Search 2021. O evento, considerado um divisor de águas na história do surfe brasileiro, será o primeiro campeonato de Kakau. A competição terá dois momentos: eliminatórias online, por vídeos enviados pelos atletas com suas melhores ondas; e a final, prevista para julho, será na primeira praia de ondas artificiais da América Latina, situada no interior de São Paulo.
Kakau começou a surfar em fevereiro do ano passado e desde então, sua evolução tem sido constante. Seu desenvolvimento é acompanhado de perto por seus amigos e simpatizantes. O pai e treinador Fabio de Souza, o Biro, surfista há 25 anos se dedica integralmente a carreira da filha. O objetivo do pai da Kakau é inscrever a filha em todas as competições em que ela tiver interesse em participar e focar na carreira profissional da pequena surfista.
Preparação
Além do surfe, o treino fora d’água é primordial. Kakau, conta com o suporte do Projeto Nadar de Itajaí, e também da Clínica Esportiva Evolua, localizada em Navegantes.
A semana é corrida e bem produtiva. Surfe na parte da manhã sempre que tem onda; duas vezes por semana treino fora d’água; sem contar a natação três vezes na semana, que pratica há cinco anos. Kakau foi vice-campeã sul brasileira de nado de peito em 2019.
A pequena surfista consegue conciliar os estudos com o surfe, durante a parte da tarde, sua atenção se volta aos afazeres escolares, e, por conta da pandemia, as aulas são online. “Neste momento que estamos vivendo, tudo ficou mais difícil. Mas, conseguimos nos ajustar a esta nova realidade e adaptarmos as regras e normas escolares”, afirma Biro. Kakau também frequenta a igreja com a família e nas horas livres anda de skate, corre e brinca, como toda criança.
Portas abertas
A falta de investimento para a categoria feminina ainda é um obstáculo, mas esta realidade tende a mudar daqui para frente, principalmente com o incentivo das associações de surfe. Biro argumenta que o surfe feminino está evoluindo muito. “Acreditamos que as portas irão se abrir cada vez mais para as mulheres e teremos mais investimentos para esta categoria tão importante no surfe. Contamos com alguns apoios para a Kauanny, como o patrocínio para suas pranchas, por exemplo”, complementa.